sexta-feira, 11 de maio de 2012

História de um poeta, que sem se saber poeta, poeta queria ser; ou uma história parecida!


Existem histórias que depois de contadas,
Parecem ter sido inventadas,
Também as há, que de tão bem inventadas,
Parecem que foram vividas!
Mas nem sempre assim é, ou será!
Então vamos deixar de balelas,
E vamos direto aos fatos.
Pra preservar o sigilo, vamos ocultar a identidade.
E com certeza ressaltar, que qualquer semelhança é mera coincidência,
Já que fictícios também podem ser.
Existiu por aqui um dia,
Um menino, um guri,
Que além de suas travessuras,
Vivia acima da terra,
Nas nuvens, nas alturas.
E de lá de cima, do céu,
Do seu castelo de sonhos,
Vivia a destilar palavras,
Palavras a não mais poder!
Mas a vida foi passando
E este menino cresceu,
Tudo que era sonho se acabou!
O mundo real o absorveu!
As nuvens ficaram lá, nas alturas!
Ele pra terra desceu!
Seu castelo ficou abandonado,
Seus sonhos, cadê? Morreu?
Mas a vida continuou passando,
E o homem envelheceu.
Até que um dia do nada,
Um gênio lhe apareceu,
Na verdade em forma de menina,
Vinda lá do mundo de Orfeu!
E um desejo lhe concedeu.
Quando ele se conscientizou,
Do fato que lhe sucedeu,
Pensou, pensou no pedido,
E então pedir resolveu:
Meu gênio, menina, agora que não sou mais jovem,
Quero realizar um antigo sonho meu.
Quero voltar pras alturas, pra nuvens,
Quero de novo sonhar,
Quero de volta o meu castelo, meu cantinho, meu lugar!
Quero partir daqui, quero o mundo da poesia habitar!
O gênio menina ponderou, ponderou no pedido,
E depois lhe respondeu:
Não posso lhe conceder o que me pedes,
Pois, o que queres, já é seu!
As alturas de há muito já são suas!
As nuvens também as são!
Os sonhos também estão aí!
O castelo sempre foi seu!
Quanto ao dom que me pedes!
Este também já é seu!
Pois, poeta sempre foi,
Desde o dia em que nasceu!
O velho ficou calado!
Mas naquele instante percebeu,
Que a vida havia passado!
E que ele não a viveu!
Olhou para o gênio menina,
Com olhos de quem não mais vê,
Deu seu último suspiro,
Partiu assim, triste,
Morreu!

José Carlos Amorim Melo




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